Prelúdio

Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Sabemos que o mundo mudou e provavelmente nunca mais será o mesmo. O céu está alaranjado há três meses, um por do sol eterno que aflige e preocupa a todos. No dia em que tudo começou, eu estava com a Fernanda almoçando, foi quando ouvimos aquela imensa explosão, corremos à rua, mas não existia qualquer sinal de algo errado. Horas mais tarde começaram as noticias aterrorizantes. Foi assim que iniciou o caos, na manhã seguinte – a ultima de verdade – os boatos na internet já falavam que o incidente era maior que o ocorrido em Chernobyl ou Fukushima. Outros falaram em guerra. Na verdade ninguém sabe ao certo, milhões de especulações estão soltas e nós que não somos envolvidos com investigações e nem conseguimos contato com o governo, ficamos assim, a ver navios. Observamos todos os dias esse segundo sol que se criou. As noites estão mais claras e os dias mais escuros, a noção de espaço e tempo tem se modificado. Um entardecer de 24 horas paira pelo ar. Até agora estamos bem, mas a água esta com um gosto estranho, as flores murcharam, as pessoas enlouquecendo por não ver sol ou a lua... Estamos bem, pois ainda há esperança, o mundo já passou por muitos problemas, talvez esse seja o ultimo e nós? Somos os únicos responsáveis pelo fim.
Espero que tudo fique bem, o que há de vir? Se por um acaso a rede cair, venha para cá correndo, preciso saber que você está bem. Estou com medo, mas estou vivo. [...]
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