Entre bocejos e lembranças

Acordei hoje em um ambiente estranho, não estava familiarizado com tal situação. Logo me lembrei dos motivos de estar ali, de todo ódio destilado e pensei em tudo que me levou aquele lugar e ali eu estava. Ainda com o gosto amargo da bebida sem gelo, com o cheiro do cigarro em minhas roupas e a fome era tão grande. Só não era maior que a dor.
Depois de segundos parado, sem pensar em nada, me veio à cabeça alguns motivos para pedir desculpas. No mesmo instante em que a vontade é de brigar.
Não esta e nem estou errado, não é certo mentir e nem existe diálogos para se omitir.
Só sinto um vazio estranho, ele não deveria existir, tenho as melhores companhias.
E fico sem entender, pois volta o sono, voltam às alucinações e sonho. Imagino o futuro, lembro do passado e nem percebo, mas perco o presente de tanto pensar.
Nessa tarde onde tudo me pareceu monótono o que mais queria era ser efusivo, porém não fui. Não sou assim. Eu sou ríspido ao acordar. Funciono melhor à noite.
Desejei ter mil argumentos para nunca mais falar, ceder exclusividade é algo arriscado demais. Você se joga, mergulha fundo e ao recuperar o fôlego o tempo passou e você nem viveu o planejado. Restam migalhas pelo único caminho percorrido. Ao recuperar o fôlego observamos o quanto ficou em debito. Falta amor. Falta cumplicidade. Falta carinho. Não esse recebido nos finais de semana, é algo além de todo esperado.
Agora mesmo em um ambiente onde não me encontro fico feliz, sei que posso sentir tocar e ter. Só não posso obrigar a me sentir, a me tocar e me ter.
[Aos meus amigos, aos conhecidos, aos amores. Serve para todos]
Eu simplismente preciso. Com um sorriso já se torna parte de mim. Gosto muito fácil, mais demoro a esquecer. Não ligo. Isso me torna mais humano e te faz mais tolo.

Como é fácil se entregar, difícil é recuperar o fôlego.