Crime silencioso

Quem permitiu me roubar o direito de pensar em nada?
Desde então não tenho mais a mente vazia.
O prazer de nada ser, nada fazer, nada existir me foi retirado.
Penso, leio, respiro, estudo, trabalho, rabisco, me divirto,
Mais volta e meia me pego pensando em você.
Talvez chegasse à hora de me devolver o silêncio de minha mente
Onde sempre me recorri para esquecer os problemas
E agora só ouço a sua voz.
Preciso de sua presença da mesma forma que preciso da minha solidão,
Elas não podem conviver em harmonia.
São inimigas e nunca dividem o mesmo espaço.
Resta-me saber qual delas viverá.
Cometeu esse crime? Se entregue ou fuja.
Não fique aguardando um julgamento infindável.